No dia 7 de abril estava arrumando minhas coisas e me preparando para mais um dia normal. Peguei meus livros, meus cadernos e enquanto passava pela sala ouvi na tv algo como violencia no Rio, morte de crianças. Não me importei com o horário,nem me lembrei de que deveria ir pra escola e receber as crianças, dar atividades, propor jogos, era dia de brinquedoteca. Fiquei petrificada ali na frente da televisão pensando que eu nao estava pronta para começar mais um dia "normal". Naquela quinta feira, muitas pessoas acordaram e se preparavam para encarar mais um dia rotineiro quando o som do desespero cruzou suas vidas.
Cheguei em casa a noite, finalmente consegui juntar os pedacinhos da história que eu havia ouvido durante todo dia. Era como se eu conseguisse ouvir as batidas do meu proprio coração. Fiquei por muito tempo pensando nos nossos problemas sociais, a realidade da educação, da saúde. Foi no Rio mas poderia ser em Minas, mais especificamente na minha escola e na minha turma. Saber da morte do assassino nao me consolou e certamente nao consolaria a dor das famílias que choravam a morte de seus sonhos, suas preciosidades. O depoimento de uma garotinha me remeteu a lembrança de tantos pequenos que já passaram pela minha vida, poderia ser qualquer um deles e como me doia saber que os carioquinhas haviam visto em um dia mais violencia e sentido mais medo do que eu em minha vida toda.
Tanta dor, nenhuma explicação e minha cabeça a mil pensando que coisas muito piores podem vir a acontecer. O que ta acontecendo com a gente hein!? É bom ver e ouvir sobre a solidariedade dos brasileiros, mas é estranho pensar que na Páscoa comeremos chocolate, no Natal trocaremos presentes depois, pularemos carnaval, iremos a retiros... a mídia vai parar de falar e a gente vai continuar vivendo... não dá pra ficar conformada com a maldade presente no mundo. Ainda dá tempo de virar o jogo com açoes pequenininhas.
DIAS MELHORES VIRÃO E TODOS NÓS SOMOS RESPONSAVEIS POR ISSO!
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